Por Rui Carvalho: PMDB já comemora a dianteira de João

A apenas três dias da realização das votações em segundo turno de Salvador, os institutos de pesquisas soltaram seus dados colhidos frente à população e revelou uma vantagem de dez pontos percentuais no Vox Populi e doze pontos percentuais no Data Folha. Alguns analistas baianos, concluíram por minimizar essa vantagem, claro, no Brasil, se há algo que pode ser bem questionado são resultados de pesquisas em período eleitoral, pois desde armações até erros crassos vem acontecendo, de forma que para o cidadão comum, a credibilidade dessas instituições não vale muito.
De qualquer forma o que se nota pelos dados colhidos e divulgados até aqui, é que em ambos, os institutos, João Henrique além de estar na dianteira, mostra uma tendência de crescimento, de forma que, fica difícil de acreditar nas evasivas de alguns analistas, sobre a reta final, três dias, seja o fator preponderante para eleger o ocupante da cadeira do Palácio Thomé de Souza.
Para que Walter Pinheiro supere essa vantagem de João, seria preciso uma virada sensacional, isso claro, se atribuindo seriedade desses institutos, no que eu particularmente acredito.
Verdade que tivemos o caso da eleição de 2006, quando o então Governador Paulo Souto, manteve uma dianteira considerável do seu concorrente, o atual Governador Jaques Wagner, que terminou atropelando-o praticamente no dia da eleição. Aí, há fatores importantes a considerar, o que não é o caso para essa eleição, por exemplo: Concorria a reeleição o Presidente Lula com o seu 13 arrasador, mesmo número de Jaques, terminando que essa dobradinha foi que realmente influenciou na decisão do eleitorado consumidor de bolsa família, principalmente.
Dessa vez a dobradinha já não oferece os mesmos atrativos, haja vista, que os índices de popularidade do Governador estão restritos aos militantes petistas, conforme, foi divulgado recentemente.
Veja bem, Wagner convencia seus eleitores da necessidade de uma dobradinha com o Presidente Lula que a ocasião beirava os 70% de índice de aprovação dos baianos, agora, diferentemente disso, Pinheiro tenta convencer seu eleitorado da necessidade de uma dobradinha sem o mesmo prestigio, estando Wagner com baixa popularidade, além do que, o Presidente não deu bolas à sua candidatura, não veio aqui, não gravou especialmente para ele e não enfrentou o poderio do PMDB, seu aliado mais importante e olhe que João Henrique iniciou esta campanha com um índice de rejeição superior aos 30%, até porque foi ao longo do seu governo excessivamente minado pelo fogo amigo por conta de uma administração tão confusa que agora, pra se defender, a dividiu em tempos distintos, fator que foi decisivo, convenceu.
O PT errou feio em diversos aspectos dessa campanha, principalmente quando não conseguiu dessa vez, atrelar seus votos ao maior programa social do governo - BOLSA FAMÍLIA - e também em não conseguir as adesões mais importantes, dentre os que ficaram para trás no primeiro turno, já que uma composição com o DEM, embora timidamente tentada, poderia desacreditar de vez a instituição petista, reduzindo o pouco diferencial que o partido ainda guarda frente aos outros partidos brasileiros e certamente com isso poderia até espantar os ainda militantes fanáticos restantes, que mantém a chama dessa estrela acesa.
Por tudo, dez ou doze pontos à dianteira é muito sim e não é a toa que o PMDB já ensaia comemorações. No jantar que ofereceu Geddel, além de comemorar convidou todos os já vencedores a se engajarem na reta final dessa eleição de Salvado, disse: “Você já ganhou em sua cidade e agora vai ficar dormindo? Vamos trabalhar para ganhar a eleição aqui em Salvador”, dizia o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), ao cobrar engajamento dos 113 prefeitos eleitos pelo PMDB.