segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Fonte Nova também foi assassinada

O Ministério Público do Estado da Bahia (MPE) recorreu nesta segunda-feira, 17, da decisão do juiz substituto da 10ª Vara Crime de Salvador, José Reginaldo Nogueira, de absolver o diretor-geral da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, e o ex-diretor de Operações do órgão, Nilo dos Santos Júnior, no caso da tragédia da Fonte Nova.
De acordo com o MPE, os dois destinaram R$ 1,6 milhão para a realização de "obras de fachada" e teriam deixado de lado a necessidade de reformas estruturais no estádio.
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Poxa, sinceramente até nos constrange opinar sobre esse tema, afinal, nesse imbróglio todo, estamos falando de um acontecimento que envolveu muitas vítimas e traumas sem contar no prejuízo que teve o Esporte Clube Bahia, que há anos vem caindo das pernas e ainda depois de mais de cinquenta anos, pagando para utilizar o bem público, ficou inesperadamente sem ter aonde jogar, aprofundando ainda mais sua crise técnica administrativa, motivo inclusive para muita politicagem até hoje, inclusive fomentado pelo poder público também.

Vejamos o caso do Engenheiro Nilo, fez seu relatório, mostrou as fragilidades do equipamento e ao ter seus conhecimentos de engenharia questionado, não se posicionou corretamente, pecou por ter se aviltado e tocado os reparos (pintura sobre o concreto podre) inconseqüentes, quando o certo seria abdicar do seu emprego, se caso fosse, e denunciar publicamente os fatos, se não se sentisse seguro para tanto, pelo menos apresentaria sua carta de demissão em sinal de protesto e pelo menos hoje a sociedade não o condenaria nem seu diploma estaria na lama da ignomia.

Ao final do governo Paulo Souto, o estádio da Fonte Nova estava completamente depredado a ponto de um tapume isolar 50% das arquibancadas superiores, justamente a fatídica. Mudou o governo, mudou os gestores da Sudesb e quando todos esperavam até uma condenação parcial daquela praça esportiva, quando, inclusive, já se discutia o aproveitamento apenas da parte inferior do estádio, sabidamente segura, eis que iniciam uma pintura fajuta

Dias depois, com estádio lotado, Wagner vai à tribuna de imprensa do estádio, em entrevista polida e política anuncia a reforma e grita aos quatros ventos que o estádio a partir dali estava liberado para 60.000 pessoas e ainda teve gente questionando esse montante de tão empolgados que ficaram com a feliz noticia governamental, queriam mais.

Agora, numa decisão da justiça anunciou-se que não houve culpados. Como que não houve culpados? Houve sim, senhor juiz! Até aqui o que não houve mesmo foi condenados, isso sim! Sem contar que a velha Fonte Nova também foi lenta e gradualmente assassinada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Julgam o caso, mas as causas não são levadas em conta. A Bahia ficou abandonada por mais de 40 anos, é essa a causa principal do ocorrido na FN, assim como vários acidentes que ocorrem em estradas sem manutenção pela Bahia afora. O Bobô, sem aqui querer fazer nenhuma defesa, apenas estava com a bomba na mão no momento em que ela explodiu...

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