quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Podres poderes

"Agora há pouco, em entrevista ao Programa “Se Liga Bocão”, da Itapoan FM, o presidente da Câmara de Vereadores, Alfredo Mangueira (PMDB), confirmou o que a imprensa já vinha divulgando. Ele disse que pertenceu ao jogo do bicho há algum tempo, mas há muito vem se dedicando à sua empresa de reciclagem de lixo e à vida parlamentar. Mangueira informou ainda que, apesar de contravenção, o jogo do bicho na Bahia é composto de gente séria. Logo em seguida, o chefe do Legislativo Municipal recebeu inúmeras manifestações de apoio dos ouvintes."

Sinceramente, antes nunca tive nenhuma curiosidade sobre o Vereador Alfredo Mangueira, mas depois dessa, dele assumir publicamente suas origens, de frente, de cara limpa, sem subterfúrgios, só me faz admirá-lo agora.
Com certeza a maioria dos parlamentares em todos os âmbitos, vereadores, deputados e senadores não tem coragem de relatar na íntegra o que já fez na vida, até chegar no seu estágio atual. Além do que, não vejo o jogo do bicho, como coisa criminosa, vejo como uma atividade não legalizada pelos podres poderes, pela falsidade ideológica das relações e pela falta do socialismo tão discursado.
Conheço muitas pessoas que vivem do jogo do bicho e com muito orgulho e dignidade criam seus filhos, sustentam suas familias, da mesma forma que nós vamos na esquina e adquirimos um dvd pirata sem constrangimento ou mesmo compramos um computador e nele instalamos diversos softwares sem o devido registro.
A maioria dos que torcem o nariz para a atividade do jogo do bicho, na primeira oportunidade, quando recebem uma multa de transito, por exemplo, tentam subornar o guarda ou apelam para os amigos influentes tentando resgatar suas obrigações sem ter que pagar por isso, quando não fazem também a sua fezinha.
Precisamos deixar o excesso de demagogia em que vivemos. Recentemente o governo, praticamente confiscou as armas dos cidadões comprando-as a preço de banana, tornando o recadastramento inviável por conta dos níveis de exigências, no entanto, pelas portas do Paraguay adentram milhares de armas todos os dias e só por ironia do destino, depois do confiscamento oficial e do plebiscito, os homicídios aumentaram em mais de 36%.
Talvez, um dos setores brasileiros que mais precisem de correção ética seja a imprensa, pois formam opiniões ao bel prazer dos podres poderes.

Rui Carvalho



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